domingo, 18 de novembro de 2012

Aprenda a instalar o Slackware para Linux


Embora a instalação do Slackware Linux não seja para iniciantes, procuramos fazer um passo-a-passo que não deixe dúvidas.



Se você já é veterano, não vai ter dificuldades com isso. Se você está começando agora, não tema: siga nossos passos e conheça esse excitante e poderoso “sabor” do Linux.

Um monstro chamado particionamento

O primeiro passo antes de instalar qualquer coisa é preparar uma partição separada para o Slackware. Os usuários experientes já estão carecas de saber disso mas, para os novatos, uma explicação: partição é um espaço no seu disco rígido destinado ao sistema operacional. É como se fosse uma fatia do disco. É possível ter várias partições lado a lado no mesmo dispositivo. Dentro do Windows, duas partições no mesmo disco rígido vão aparecer como dois discos diferentes, C: e D: – mesmo estando fisicamente dentro do mesmo HD, são interpretadas pelo Windows como duas entidades diferentes.
Normalmente, os PCs vêm de fábrica com uma única partição que ocupa o disco todo. Essa partição está quase sempre vazia se você estiver adquirindo um PC servidor, e é nela que instalaremos o Slackware. Todavia, se for um computador de mesa ou um notebook, tal partição estará ocupada pelo Windows. Por isso, precisamos arranjar um jeito de criar outra partição para o Slack.

Temos, então, três maneiras de instalar o Slackware em seu PC. A primeira delas, a mais óbvia, é ter um PC exclusivo pra ele. Pode ser até um PC mais antigo que esteja sem uso em sua casa. Você pode usá-lo de muitas formas – como um roteador para compartilhar internet com vários micros da casa, um servidor de arquivos e até mesmo como estação de trabalho. Se for uma máquina que vá ser utilizada a sério, um servidor empresarial, por exemplo, obviamente é necessário um PC novo e confiável.

A segunda maneira, para os que desejam utilizar no mesmo PC o Windows e o Slackware, lado a lado, é comprar um segundo disco rígido exclusivo para o Linux. Pode ser um HD usado mesmo, de pelo menos 8 GB, para testes, ou um maior e mais novo, para uso diário.

A terceira maneira, pra quem não quer comprar um HD à parte apenas para o Slackware, é utilizar uma ferramenta externa para “encolher” a partição do Windows que já existe e liberar espaço para uma nova partição. A  documentação presente no DVD de instalação oficial (encartado nesta edição) recomenda a aquisição do software Partition Magic http://www.netdownloads.com.br/software-pesquisa/?pesquisa=Partition+Magic para cuidar disso. Outro programa, o GNU Parted, este incluído no DVD, pode ser acessado durante a instalação, mas é recomendado apenas para especialistas. Não é preciso criar partições agora – o instalador do Slackware fará isso mais adiante. Você só precisa “encolher” a partição existente para criar espaço.

Uma quarta alternativa para aqueles que desejam apenas experimentar um novo sistema, mas continuar usando o Windows, é empregar um PC virtual para isso. Recomendamos o VirtualBox, da Sun Microsystems http://www.netdownloads.com.br/software-pesquisa/?pesquisa=virtualbox, que foi o que utilizamos para capturar as telas desta revista.

Em qualquer um dos quatro métodos acima, o Slackware precisa de pelo menos 8 GB livres para ser instalado por completo menos que isso se você for experiente e souber o que deixar de fora. Além disso, o nosso aviso amigo de sempre: não dê canja para o General Murphy! Faça backup de todos os seus dados e arquivos importantes antes de começar!

Instalação passo-a-passo

O Slackware sempre foi um LiveCD (muito antes de esse conceito existir). Basta ligar o PC com o DVD no drive e uma versão reduzida do sistema operacional é carregada.
Após ligar, em alguns segundos surge uma tela solicitando que você escolha o kernel (núcleo do sistema operacional) a ser usado. As telas estão em inglês durante a instalação, mas é possível configurar o sistema para o português depois de instalado.



1 – Quando a tela inicial aparecer, leia as instruções e pressione Enter. Isso vai carregar o kernel padrão na memória. O instalador possui outros kernels para funções específicas, mas o padrão é o que resolve quase a totalidade dos casos. Aguarde o término da carga do sistema operacional.





2 – Aparece a mensagem <OPTION TO LOAD SUPPORT FOR NON-US KEYBOARD>. Digite 1 e Enter para escolher um teclado. Depois, selecione (com as setas de direção) o mapa de teclado correto para seu PC. Se você não souber qual é seu teclado, escolha a opção qwerty/br-latin1- abnt2, seguido da tecla Enter. Será apresentada então uma caixa de testes para o novo teclado. Teste os acentos, digitando diretamente na caixa de texto. Para aceitar esse layout, apague os caracteres digitados e pressione 1, Enter. Para rejeitar e escolher outro pressione 2, Enter.





3 – Cerca de um minuto depois, seu sistema já está pronto para iniciar a instalação. O Slackware exibe a tela de login em modo texto. Leia as informações da tela (em inglês). Mesmo que você não entenda muito bem o que está escrito, leia pra saber que a informação existe. Isso pode ser útil mais adiante. A linha de comando mostra o prompt Slackware login: _. Digite root (o nome do administrador da máquina) e pressione Enter.





4 – Antes de instalar, temos de criar partições necessárias. Lá no começo, já “fatiamos” o disco rígido para deixar espaço livre, “encolhendo” a partição do Windows. Para isso utilizamos o Partition Magic ou o GNU Parted. Agora,
vamos criar partições novas. Você precisará de pelo menos duas partições para o Slackware. Cada partição deve ser criada com um tipo diferente. Uma delas, na qual estará seu sistema operacional, será do tipo Linux e a outra, destinada à memória virtual, será do tipo swap. Esta última deve ter um tamanho de aproximadamente 256 MB. A outra pode ocupar todo o espaço restante. No prompt de comando digite CFdisk e pressione Enter. Abre-se então o gerenciador de partições do Linux.





5 – Com as setas, navegue até a opção New para criar uma partição nova. Selecione Primary e digite o tamanho da partição principal, pressionando Enter no final. Não se esqueça de deixar espaço para o swap. O tamanho total disponível é exibido no alto da tela. Escolha Beginning e pressione Enter.





6 – Pronto. A partição está criada. Navegue até Bootable com as teclas de direção e pressione Enter. Isso fará com que o PC possa ser iniciado por essa partição. Veja o estado no campo Flags, no alto da tela.



7 – Usando o mesmo método, crie uma segunda partição com o espaço restante. Depois disso, com as teclas de direção, selecione a partição principal e vá até a opção Type. O programa mostrará as opções disponíveis em duas telas (pressione Enter para mudar de tela). Digite 83 para a partição principal, seguido de Enter. Repita o processo para a partição de swap, mas use o tipo 82.





8 – Quando estiver mais tarimbado com o Slackware, recomendamos brincar com as outras opções do CFdisk. Por enquanto, apenas selecione a opção Write para gravar as mudanças no disco e sair do programa. Ao ser perguntado se tem certeza, responda que sim. Se você fez becape e criou direitinho as partições anteriormente, não precisa se assustar com o aviso de que seus dados serão destruídos.





9 – Escolha Quit para voltar ao prompt do sistema. Agora, digite setup e pressione Enter. Isso vai fazer com que o programa de instalação do Slackware seja iniciado.





10 – Este é o menu de instalação (em modo texto) do Slack. Ele o guiará durante a instalação. Escolha a opção  KEYMAP para começar. Navegue com as setas e selecione a opção, teclando Enter.





11 – Agora, escolheremos um teclado, assim como fizemos na inicialização. Na tela, navegue com as setas de direção até a opção apropriada. No Brasil, normalmente utiliza-se qwerty/br-latin1-abnt2.map. Depois de escolher, pressione Enter. Será apresentada uma caixa de testes para o novo teclado. Teste os acentos, digitando na caixa de texto. Para aceitar esse layout, apague os caracteres digitados e pressione 1, Enter. Para rejeitar e escolher outro, pressione 2, Enter.





12 – Se você criou uma partição swap no CFdisk, ela será detectada pelo programa de instalação, que pergunta se deseja utilizá-la. Normalmente, basta pressionar Enter.





13 – É sempre bom verificar se a área do disco rígido em que a partição criada está livre de defeitos. Como o swap vai ser usado como memória virtual, qualquer defeito pode acarretar risco de travamento ou perda de dados. Utilizando as setas de direção, escolha Yes e pressione Enter.





14 – Deve aparecer esta tela, indicando que o swap está confi gurado. Caso ocorra algum erro, aparecerá o  diagnóstico e instruções sobre como criar outra partição.





15
– Quem é experiente no Linux sabe que é possível ter várias partições separadas para cada ponto de montagem. Pontos de montagem são diretórios (chamados de pastas por usuários do Windows) com funções específicas dentro do Linux (normalmente home, var e usr). Isso é vantajoso em alguns casos, mas não entraremos nesse mérito aqui. Em nosso caso, só criamos uma partição, então vamos armazenar tudo nela. Com as setas de direção, selecione a  partição criada (que, no exemplo, se chama /dev/hda1, mas o nome pode variar dependendo de seu PC) e depois Select, seguidos da tecla Enter.





16 – Agora é preciso formatar a partição. Na tela Format Partition, selecione a opção Format, que é mais rápida. Se você possuir um disco muito antigo ou bastante judiado pelo uso, escolha a opção Check, que é mais lenta mas tenta encontrar defeitos e marcá-los para que nada seja gravado no espaço ocupado por eles.





17 – Agora é preciso escolher um sistema de arquivos, que é, a grosso modo, o modo como os dados são arranjados no disco. Há muitos tipos de sistemas de arquivos, e é preciso escolher um no momento da formatação – ou seja, agora. Cada um tem suas vantagens e desvantagens, e o linuxista experiente sabe quais são. Se estiver em dúvida, utilize ext3.





18 – A partição será formatada. Aguarde, pois isso pode demorar bastante, dependendo do tamanho do disco e da velocidade do PC. Aproveite para visitar o site oficial e saber mais sobre o Slackware.





19 – Assim como aconteceu com o swap, esta tela indica que a partição está configurada e associada ao diretório raiz (“/”) no arquivo /etc/fstab. Novamente, caso ocorra algum erro, surgirá o diagnóstico e instruções sobre como proceder.





20 – O próximo passo é escolher a mídia de instalação. Como estamos instalando a partir do DVD encartado nesta revista, escolha Slackware CD or DVD. Não é nosso caso no momento, mas o Slackware pode também ser instalado a partir de uma rede ou uma partição de instalação previamente preparada.





21 – O programa de instalação irá verificar se a mídia do DVD é a correta. Caso encontre algum problema, o instalador solicitará que seja inserido o DVD do Slackware apropriado.





22
– Estamos quase lá. Nesta tela selecione as séries de pacotes que deseja instalar. Na gíria do Slackware, um pacote é um arquivo que contém um software e todos os seus componentes. Uma série é um conjunto de vários pacotes com aplicações parecidas. Navegue com teclas de direção e ative ou desative cada série com barra de espaço. Séries ativas são marcados com um “*”. Deixe as opções já escolhidas, caso esteja em dúvida, mas lembre-se de ativar a série KDEI se quiser um sistema em português. Pressione Enter para ir para a próxima tela.

               



23 – O instalador permite que se escolham os programas específi cos a instalar ou não dentro de cada série. Esse recurso é poderoso e torna o Slackware bastante personalizável. Entretanto, são precisos conhecimento e paciência para isso, mesmo na opção Newbie (iniciante). Escolha Full para instalar tudo.





24 – Pronto, o sistema começará a instalar todos os pacotes. Uma descrição do pacote sendo instalado no momento aparece na tela, mas você não precisa ficar prestando atenção. Tenha paciência, pois isso demora mesmo – entre 20 minutos e uma hora, dependendo de seu PC.




25
– Quando conclui a instalação dos programas, o instalador pergunta se você deseja criar um pendrive de  inicialização. Com ele, é possível iniciar a máquina caso ocorra algum problema no futuro – é o substituto dos antigos disquetes de boot. Caso queira criar um, escolha Create, mas lembre-se de que todo o conteúdo do pendrive será apagado. Em caso negativo, selecione Skip.





26
– O LILO acrescenta um menu na inicialização para podermos escolher entre os sistemas operacionais existentes na máquina quando ligamos o computador. Mesmo que só o Slackware esteja presente, é interessante instalá-lo. Selecione Simple e pressione Enter.





27 – É preciso escolher a resolução em modo texto. Se você sabe qual é a resolução de seu monitor, encontre-a na lista, utilizando as setas de direção. Caso não tenha certeza, mantenha a opção sugerida pelo sistema.





28
– Se for necessário, é possível inserir parâmetros adicionais para o LILO. Se você não sabe o que isso significa, é porque não precisa desses parâmetros. Normalmente, basta pressionar Enter.





29 – O sistema deseja saber a codificação de caracteres dos programas em modo texto. Novamente, se você não souber o que isso significa (e também porque o padrão do Slackware é o melhor de todos), selecione a opção No e pressione Enter.





30
– Quase, quase lá. O sistema precisa que você defi na onde o LILO será instalado. Escolha MBR e pressione Enter.





31 – Agora escolheremos o tipo de mouse. Isso depende muito do modelo que você possui. Verifique se ele é serial, USB ou PS/2 e selecione a opção correspondente.





32 – O GPM é um driver para utilizar o mouse em modo texto, e é sempre bom ter esse recurso. Nesta tela responda Yes.





33 – É necessário ajustar o Slackware para poder acessar a internet e os outros computadores de sua casa ou empresa. Responda Yes para configurar a rede.





34 – O computador precisa ser batizado com um nome – pode ser qualquer um –, o qual será utilizado para identificar o PC na rede.





35 – O Linux precisa também saber o domínio ao qual a máquina pertence. Em redes domésticas, isso não é muito importante, mas em empresas é necessário.





36 – É preciso atribuir um endereço IP ao seu computador com Slackware. Na maioria das vezes tentamos fazer isso automaticamente, então escolha a opção DHCP. Alguns provedores de internet precisam que a máquina seja batizada com um nome DHCP. No Brasil isso é incomum, portanto, na proxima tela, precione apenas Enter.





37 – O Slackware sempre solicita sua confirmação para tudo. Esta tela serve para você conferir se fez tudo certinho e depois pressionar Enter para aceitar.





38 – Em seguida, é preciso configurar os serviços que serão iniciados quando o computador é ligado. Deixe ativados todos os serviços sugeridos pelo Slackware e não ative nada que você não vá utilizar ou não saiba para que serve. Assegure-se, entretanto, de que os serviços rc.cups e rc.samba estejam ativos, o que permitirá, respectivamente, que você compartilhe arquivos com máquinas Windows e ativar o sistema de impressão.





39 – Aqui, uma pegadinha. O instalador pergunta se você quer testar algumas fontes personalizadas para o modo texto. Escolha No, pois a fonte padrão é a mais legível.





40 – O Slackware pergunta se você deseja configurar o sistema para a hora local ou para a hora UTC – a do meridiano de Greenwitch. Embora configurar para o UTC tenha suas vantagens (especialmente em servidores), selecione No para ativar a hora local.





41 – Nesta tela, escolha seu fuso horário. Procure pelo nome de sua cidade, a qual está associada ao nome do continente (América).





42 – Quase terminando. Escolha qual ambiente gráfico você quer usar. Pra quem vem do Windows, o melhor ambiente é o KDE, mas o XFCE também é bastante bonito e funcional. O WindowMaker, que imita o antigo e agradável sistema NeXT, também vale uma olhada. Em caso de dúvida, vá de KDE.





43 –Defina uma senha para o usuário root, que é o administrador da máquina. Esse usuário deve ser utilizado apenas para configurações e instalação de programas. Para operar no dia-a-dia, criaremos outro usuário.





44 – Pronto! Seu Slackware está completamente instalado. Pressione Enter para sair do instalador e depois reinicie o PC pressionando simultaneamente as teclas Ctrl+Alt+Del.





45 – Esta é a tela inicial do Slackware. Pressione Enter e divirta-se com o Linux mais personalizável do planeta. Quando o login surgir, entre como root (lembre-se da senha que você forneceu na etapa 43).





46 – Você vai entrar em modo texto. Esse é o padrão do Slackware. Para chamar o ambiente gráfico e fazer as coisas como no Windows, digite o comando startx e pressione a tecla Enter.




PARA ONDE IR DAQUI:

O Slackare é uma vasta região a ser explorada. Nosso tutorial mostrou apenas como instalá-lo, portanto, cabe a você estudar bastante e aprender a domá-lo.  Você também pode recorrer à internet para aprender mais. O Slack é muito querido pelos brasileiros, então há muitos sites em português sobre ele e muitos grupos de usuários aos quais você pode se associar. A seguir, uma lista de links com a documentação oficial e sites de entusiastas e desenvolvedores, que podem ajudá-lo bastante:


SITE OFICIAL Documentação e tutoriais
www.slackware.com SLACKBR

Um dos fóruns mais importantes www.slackbr.org/forum

SLACKWARE BRASIL Discussões e artigos
www.slackwarebrasil.org

PITER PUNK
A celebridade brasileira do Slackware
piterpunk.info02.com.br

SLACKWAREZINE Revista online criada por Piter Punk
www.slackwarezine.com.br

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